Um vácuo da alma




Uma criança me disse, em um certo dia que a inteligência do ser humano está nos dedos - em suas mãos - porque é neles que utilizamos as novas tecnologias. Na época, até achei graça, hoje é triste de pensar.

Existe um vazio, um grande silêncio nos últimos séculos do que é genuinamente humano, somos uma sociedade coisificada, ou melhor, nos reduzimos a valores materiais. Uma humanidade materialista e cientificista. Nos vangloriamos das maravilhas da tecnologia e não enxergamos o grande vácuo em nossas almas.

A seguir, as palavras do romancista Solzhenitsyn sobre a humanidade de hoje: 

“No geral, a humanidade se tornou tão entusiasta do progresso forçando adiante desde o Iluminismo. Mas na realidade, a humanidade toda ganhou vazio espiritual. Somente tecnologia, civilização, dê-me tudo, todos os bens, agora a internet, a corrente de informação não deixa mais ar para respirar, a alma se torna vazia. A alma é vazia, a morte é aterrorizante, não há para onde ir.”

"O progresso no conhecimento, na educação, não significa um progresso moral."

“Conhecer não é nada. É preciso deixar entrar no coração. Alguém pode saber tudo... Algumas pessoas... sabem que Deus existe, até mesmo alguns cientistas, grandes físicos admitem isso, outros não sabem. Um sabe, o outro não. É preciso estar no coração. É preciso viver com isso. Moralidade não é alcançada pelo conhecimento. É atingida primeiramente na criação de uma criança, e depois pelo auto-aprendizagem. Dessa maneira. Através da experiência.”

Cabe a reflexão de percebemos como adultos, qual a crianção que estamos oferecendo as nossas crianças? Estamos os guiando, ajudando a encontrar a beleza que existe naturalmente na Verdade e na Bondade? 
   
Que sejamos, "cristãos sinceros, que vivem no meio da maldade e do caos, de uma maneira honesta e com o coração aberto, e que morrem em paz, sem o peso do pecado."

A moda hoje é falar incessantemente sobre a transição para o "novo normal". Meu Deus, quantas publicações, quantos debates. Todos inúteis. A transição já está ocorrendo, de uma maneira alarmante, e não promete-nos nada de bom nem no Ocidente, nem no Oriente.

“Nós ascendemos em termos de civilização, e vamos abaixo em termos de alma. Uma devastação da alma. Um vácuo da alma. Muito alarmante, muito alarmante. A humanidade não vive em paraíso algum." 

"O 'novo normal' ainda está para dizer a que veio. Meu Deus!"

A educadora Catherine L’Ecuyre que tem um vasto conhecimento sobre os prejuízo das novas tecnologias no desenvolvimento cognitivo da criança, fala sobre o tal “novo normal” e diz: 

"À mim não me ouvirão falar de “nova” normalidade. É um termo que me range demasiado. A sociedade é um processo tal de transformação que há décadas que nossa normalidade (se por normalidade entendemos “o de sempre”) pertence ao passado. O da inovação como única alternativa viável e inevitável, não é um argumento, por si, racional. É o argumento da massa alienada e iludida pelo ideal impreciso do que chamamos “progresso”."

As palavras escritas acima são do romancista Solzhenitsyn, ditas no documentário sobre sua vida e pensamento o “Diálogos com Solzhenitsyn” que se encontra no youtube. Foram feitas algumas adaptações para um melhor entendimento, com a intenção que o leitor perceba a relação do que Solzhenitsyn está falando e o momento atual que vivemos.

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