O Amor que dá Vida - Por Kimberly Hahn

quarta-feira, julho 29, 2015

O amor que dá vida trata de forma bastante clara e sensível sobre o dom da maternidade e matrimônio. Escrito por Kimberly Hahn, esposa de Scott Hahn, o livro trabalha o tema baseando-se nas Sagradas Escrituras, documentos da Igreja e escritos dos Santos, além de testemunhos no decorrer da narrativa.

Destacarei abaixo trechos do livro que mais me inspiraram à reflexão, para despertar nos leitores do blog o desejo da leitura íntegra deste livro fantástico!

Kimberly inicia com o testemunho dela própria, desde o início da conversão do casal Hahn ao catolicismo.

“Finalmente, compreendemos que o desígnio divino para o amor conjugal é, no fundo, um abraço marital livre de artimanhas ou planos egoístas. O nosso ato de autodoação devia ser uma imagem da autodoação de Deus. Nada menos. Adiar a obediência é desobedecer” (P. 16)

Prosseguindo, ela falará da encíclica Humanae Vitae, escrita pelo Papa Paulo VI e publicada em 1968. É primordial a leitura dela para a compreensão do que a autora traz, além de ser um riquíssimo tesouro da Igreja do qual todos deveriam ter conhecimento. Leiam! 

“A união de marido e mulher numa só carne no ato matrimonial é tão poderosa – dois que se convertem num só – que produz um fruto ao qual, como diz o meu marido ‘nove meses depois, talvez você tenha de dar um nome’ (Scott Hahn, O primado do amor)” (p. 30)

“A vocação é uma chamada à santidade num modo de vida concreto. Oferecemos ao Senhor a nossa sexualidade quer vivendo a castidade no celibato, na vida consagrada, numa ordem religiosa, quer vivendo-a dentro do matrimônio. As duas opções são uma vocação. Deus é santo, e quer que seus filhos também o sejam” (p. 37)

Kimberly explica porque é um erro acreditar que viver juntos numa mesma casa antes de obter a graça sacramental é um bom “teste”:

Em primeiro lugar, por não estarem casados, o homem e a mulher não possuem a graça sacramental própria do matrimônio de que precisam para que a sua união corra bem. Em segundo lugar, como ter relações sexuais fora do casamento é pecado mortal, bloqueiam a graça sacramental da Confissão e da Comunhão que poderiam receber” (p. 37)

“Crescer na virtude não é algo automático, mas é possível com a graça de Deus. O amor conduz à vida, e a vida conduz a um serviço sacrificado. A Igreja chama-nos a oferecer generosamente o nosso tempo, talentos e bens materiais, como também os nossos corpos, para construirmos o reino de Deus nas nossas famílias, na Igreja e no mundo inteiro – e por essa ordem” (p. 39)

“A maternidade é a máxima expressão da feminilidade da mulher, porque colabora com Deus na criação e manutenção da vida” (p. 40)

“[...] há um fim primário do ato matrimonial que só se pode realizar pelo ato conjugal: a criação de outro ser humano. [...] Se saboreamos o amor mútuo e pretendemos vomitar o conteúdo do nosso amor, opomo-nos à lei natural e o nosso ato é desordenado” (p. 67)

“Quando usamos anticoncepcionais, representamos uma paródia e contradizemos o que afirmamos respeitar. Dizemos com os lábios: ‘Sou totalmente seu, e você é totalmente minha, até que a morte nos separe’. Mas com os nossos corpos dizemos: ‘Respeito a parte de você e não lhe entrego a parte de mim que poderia criar uma nova vida através de nosso amor” (p. 68)

“A mulher é um cálice sagrado de vida. Esteja vazia ou cheia foi especialmente reservada por Deus para conter vida, como o cálice da Eucaristia. Mas a anticoncepção rejeita o ventre da mulher como receptáculo de uma nova vida e, nesse sentido, atenta contra a dignidade que Deus conferiu à própria mulher” (p. 78)

“Esta entrega no matrimônio é mais radical quando se concebe uma nova vida. O que uma mulher faz ao dar à luz um filho é, à imitação de Cristo, dar a sua vida pelo amigo. Quando estou deitada na mesa de operações, penso: ‘Filho: este é o meu corpo que ofereço por ti; este é o meu sangue que será derramado por ti’ “ (p. 100)

“Mas não esqueçamos que marido e mulher constituem a primeira relação familiar. É necessário que a mulher não mostre mais amor aos filhos do que ao esposo, embora lhes dedique mais tempo e energias. Uma mãe pode receber ao longo do dia tantos abraços e beijos dos filhos que não experimente como antes a mesma necessidade do afeto físico do marido. No entanto, amará mais os seus filhos quando o marido ocupar o primeiro lugar” (p. 106) 

“Devemos amar Jesus e, nEle, o nosso esposo ou esposa com a exclusividade dos começos. Temos de ir juntos  a Jesus, aprofundando ‘na vida de fé comum e na Eucaristia recebida em comum’ (CIC n. 1644)” (p. 108)

“Não temos em nós os recursos para amar o nosso esposo ou esposa e os nossos filhos como devemos. Mas a boa notícia é que Deus não nos pede que façamos nada com as nossas próprias forças. E Ele que tem toda a fortaleza de que precisamos. E Ele que, pela sua misericórdia, nos dá a capacidade de vivermos o autêntico amor matrimonial. Como o faz?
Antes de mais nada, pelos sacramentos: a Confissão frequente, a Comunhão assídua.
Em segundo lugar, pelas graças atuais que nos concede nos momentos difíceis e nos sofrimentos” (p. 110)

“Não é preciso que tenhamos a aparência que as pessoas dizem que devemos ter. O que temos de fazer é conformar a maneira de pensar sobre nós mesmos com a verdade” (p. 114)

“Pouco importa o número de filhos que tenhamos; ninguém sabe com certeza se teremos mais um. Estar aberto a uma nova vida não se traduz automaticamente em mais uma vida. A nossa fertilidade é um dom frágil.

Mesmo os esforços por engravidar que não dão resultados são um modo de contribuir para o Reino. Nada se desperdiça quando mantemos a esperança em Deus. Não há motivo algum para cairmos no desânimo, antes pelo contrário. E desse modo contribuímos também para fortalecer toda a Igreja” (p. 129)

“Negar a si  mesmo, abraçar a cruz e seguir Cristo por amor e com amor não são nobres ideais, mas parte da vocação diária da vida matrimonial. Todos fomos chamados à vida da cruz, não apenas as freiras e os padres” (p. 131)

“Quando um casal utiliza o método do planejamento familiar natural para adiar uma gravidez, deve ter um motivo importante para fazê-lo. O planejamento familiar natural não é  o que os casais católicos podem fazer para ser tão egoístas como qualquer outro casal na nossa cultura. O autodomínio, a comunicação interpessoal e o respeito mútuo necessários para seguir o planejamento natural não são comportamentos típicos de pessoas egoístas” (p. 143)

“Quando se trata de abrir-nos à vida, muitas vezes procuramos encontrar uma maneira sutil de dizer ‘não’ ao nosso Pai celestial. Podemos ter razões legítimas e de peso para recusar o presente de mais um filho naquele momento, mas podemos não tê-las. Como distinguir um caso do outro?

Em primeiro lugar, devemos rezar para que Deus nos ilumine, porque ‘se algum de vós necessita de sabedoria, peça-a a Deus – que dá liberalmente, com simplicidade, e sem recriminação -, e ser-lhe-á concedida’ (Tg 1,5)

Em segundo lugar devemos analisar os nossos motivos: raciocinamos com fé ou com medo? Então devemos pedir: ‘Aumenta-nos a fé’ (Lc 17, 5)

Em terceiro lugar, precisamos do apoio e da força do corpo de Cristo para cumprirmos a nossa missão e assim aceitarmos a Vontade de Deus” (p. 156)

“Quando nossos filhos veem que vivemos abertos à vida, essa verdade entra-lhes pelos olhos. Compreendem muitos dos sacrifícios que fazemos. Temos a oportunidade de lhes dar lições práticas sobre o cuidado dos filhos e isso aumento a sua responsabilidade para com os irmãos pequenos e prepara-os melhor para a paternidade” (p. 160)

“Se somos demasiado jovens para ter filhos, somos demasiado jovens para casar-nos. Tudo vem no mesmo pacote. Quando nos entregamos ao outro no matrimônio, prometemos receber os filhos do Senhor e educa-los na fé.

Se somos demasiado imaturos para ter filhos, somos demasiado imaturos para casar-nos. A verdade é que nunca nos sentimos maduros para ter filhos que dependerão de nós para tudo, mas ter um filho faz amadurecer. Deus concede a sua graça no momento em que se precisa dela” (p. 162)

“Uma das maiores bênçãos que a gravidez traz consigo é crescer em sã dependência de Deus e de interdependência entre marido e mulher. Isso puxa pelo que eles têm de melhor: a mulher sente-se mais feminina e deixa de ser autossuficiente e independente, porque as suas necessidades são maiores. Por sua vez, o homem dá de si o que tem de melhor como administrador, apoio e animador. Os dois precisam de mais graça de Deus para poderem servir um ao outro e preparar-se para os filhos que hão de vir, e isso é bom porque amadurecem cedo e fortalecerem a fé” (p. 168)
“A Igreja Católica apoiou durante muito tempo essa distribuição de responsabilidades: o marido cuidaria de ganhar o suficiente para sustentar a família, e a mulher permaneceria em casa para cuidar dos filhos que o Senhor lhes desse. Hoje, pensa-se que a mulher deve ter também um trabalho fora do lar, não só por motivos econômicos, mas para que se realize profissionalmente, já que não é inferior ao homem em aptidões para exercer um cargo. Está certo, desde que não comprometa o seu tempo e disposição para cuidar dos filhos como só ela o pode fazer. Aliás, cada vez se veem mais casos de mulheres que, a certa altura da vida, renunciam a altos postos empresariais para desempenharem melhor a sua insubstituível missão de oferecer ao marido e aos filhos um lar acolhedor” (p. 178)

“O nosso caminho de santidade para necessariamente pela fidelidade às muitas tarefas que a vida matrimonial exige. Temos de recordar hoje que dispomos de todo o tempo e dos meios necessários para que façamos o que Deus quer que façamos hoje.
Se não tirarmos os olhos de Cristo, organizaremos as nossas ocupações de tal modo que, sem deixar de pôr em primeiríssimo lugar as obrigações com o nosso cônjuge e com os filhos, encontraremos momentos em que cultivar os nossos atos de piedade e estar com as nossas amigas para ajuda-las a aproximar-se mais de Deus. Como afirma São Paulo: ‘Tudo posso naquele que me dá forças’ (Fil 4, 13)” (p. 183)

“Lembro-me de como fiquei abalada quando o meu primeiro ser querido morreu; tinha morrido uma parte de mim mesma. O céu passou a ser-me mais querido porque uma parte de mim já estava ali” (p. 190)

“Os filhos não são um direito dos pais, mas um presente. Se alguém tem esse direito, é a criança, que tem o direito de ser concebida no seio do matrimônio e no abraço marital” (p. 206)

“Recebemos o dom do amor divino através da pessoa de Jesus. E Jesus chama-nos a receber o presente de amor através do nosso cônjuge. A nossa comunhão de amor baseia-se em Deus, que nos amou primeiro. Daí virá a nossa fecundidade” (p. 221) 


Um comentário:

  1. Li este livro no começo de 2014, logo depois da minha admissão na Igreja Católica, em dezembro do ano anterior.

    Foi o livro que fez-me perceber que o celibato não era uma opção pra mim, e a minha obrigação é desenvolver-me profissionalmente e espiritualmente para o casamento, para o leito sem mácula que fala o autor sagrado(Hebreus 13.4).

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