O Amor que dá Vida - Por Kimberly Hahn
O amor que dá vida trata de forma bastante clara e sensível
sobre o dom da maternidade e matrimônio. Escrito por Kimberly Hahn, esposa de
Scott Hahn, o livro trabalha o tema baseando-se nas Sagradas Escrituras,
documentos da Igreja e escritos dos Santos, além de testemunhos no decorrer da
narrativa.
Destacarei abaixo trechos
do livro que mais me inspiraram à reflexão, para despertar nos leitores do blog
o desejo da leitura íntegra deste livro fantástico!
Kimberly inicia com o
testemunho dela própria, desde o início da conversão do casal Hahn ao
catolicismo.
“Finalmente, compreendemos
que o desígnio divino para o amor conjugal é, no fundo, um
abraço marital livre de artimanhas ou planos egoístas. O nosso ato de
autodoação devia ser uma imagem da autodoação de Deus. Nada menos. Adiar a
obediência é desobedecer” (P. 16)
Prosseguindo, ela falará da
encíclica Humanae Vitae, escrita pelo Papa Paulo VI e publicada em
1968. É primordial a leitura dela para a compreensão do que a autora traz, além
de ser um riquíssimo tesouro da Igreja do qual todos deveriam ter
conhecimento. Leiam!
“A união de
marido e mulher numa só carne no ato matrimonial é tão poderosa – dois que se
convertem num só – que produz um fruto ao qual, como diz o meu marido ‘nove
meses depois, talvez você tenha de dar um nome’ (Scott Hahn, O primado do
amor)” (p. 30)
“A vocação é
uma chamada à santidade num modo de vida concreto. Oferecemos
ao Senhor a nossa sexualidade quer vivendo a castidade no
celibato, na vida consagrada, numa ordem religiosa, quer vivendo-a dentro do
matrimônio. As duas opções são uma vocação. Deus é santo, e quer que seus
filhos também o sejam” (p. 37)
Kimberly explica porque é
um erro acreditar que viver juntos numa mesma casa antes de obter a graça
sacramental é um bom “teste”:
“Em primeiro lugar,
por não estarem casados, o homem e a mulher não possuem a graça sacramental
própria do matrimônio de que precisam para que a sua união corra bem. Em
segundo lugar, como ter relações sexuais fora do casamento é pecado mortal,
bloqueiam a graça sacramental da Confissão e da Comunhão que poderiam receber”
(p. 37)
“Crescer na virtude não
é algo automático, mas é possível com a graça de Deus. O amor conduz à vida, e
a vida conduz a um serviço sacrificado. A Igreja chama-nos a oferecer generosamente
o nosso tempo, talentos e bens materiais, como também os nossos corpos, para
construirmos o reino de Deus nas nossas famílias, na Igreja e no
mundo inteiro – e por essa ordem” (p. 39)
“A maternidade é
a máxima expressão da feminilidade da mulher, porque colabora
com Deus na criação e manutenção da vida” (p. 40)
“[...] há um fim primário
do ato matrimonial que só se pode realizar pelo ato conjugal: a criação de
outro ser humano. [...] Se saboreamos o amor mútuo e pretendemos vomitar o conteúdo
do nosso amor, opomo-nos à lei natural e o nosso ato é desordenado” (p. 67)
“Quando usamos
anticoncepcionais, representamos uma paródia e contradizemos o que afirmamos
respeitar. Dizemos com os lábios: ‘Sou totalmente seu, e você é totalmente
minha, até que a morte nos separe’. Mas com os nossos corpos dizemos: ‘Respeito
a parte de você e não lhe entrego a parte de mim que poderia criar uma nova
vida através de nosso amor” (p. 68)
“A mulher é um cálice
sagrado de vida. Esteja vazia ou cheia foi especialmente reservada por Deus
para conter vida, como o cálice da Eucaristia. Mas a anticoncepção
rejeita o ventre da mulher como receptáculo de uma nova vida e, nesse sentido,
atenta contra a dignidade que Deus conferiu à própria mulher” (p. 78)
“Esta entrega no matrimônio
é mais radical quando se concebe uma nova vida. O que uma mulher faz ao dar à
luz um filho é, à imitação de Cristo, dar a sua vida pelo amigo.
Quando estou deitada na mesa de operações, penso: ‘Filho: este é o meu corpo
que ofereço por ti; este é o meu sangue que será derramado por ti’ “ (p. 100)
“Mas não esqueçamos
que marido e mulher constituem a primeira relação familiar. É
necessário que a mulher não mostre mais amor aos filhos do que ao esposo,
embora lhes dedique mais tempo e energias. Uma mãe pode receber ao longo do dia
tantos abraços e beijos dos filhos que não experimente como antes a mesma
necessidade do afeto físico do marido. No entanto, amará mais os seus filhos
quando o marido ocupar o primeiro lugar” (p. 106)
“Devemos amar Jesus e,
nEle, o nosso esposo ou esposa com a exclusividade dos começos. Temos de
ir juntos a Jesus, aprofundando ‘na vida de fé comum e
na Eucaristia recebida em comum’ (CIC n. 1644)” (p. 108)
“Não temos em nós os
recursos para amar o nosso esposo ou esposa e os nossos filhos como devemos.
Mas a boa notícia é que Deus não nos pede que façamos nada com as nossas
próprias forças. E Ele que tem toda a fortaleza de que
precisamos. E Ele que, pela sua misericórdia, nos dá a capacidade de vivermos o
autêntico amor matrimonial. Como o faz?
Antes de mais nada,
pelos sacramentos: a Confissão frequente, a Comunhão assídua.
Em segundo lugar, pelas
graças atuais que nos concede nos momentos difíceis e nos sofrimentos” (p. 110)
“Não é preciso que tenhamos
a aparência que as pessoas dizem que devemos ter. O que temos de fazer é
conformar a maneira de pensar sobre nós mesmos com a verdade” (p. 114)
“Pouco importa o número
de filhos que tenhamos; ninguém sabe com certeza se teremos mais um.
Estar aberto a uma nova vida não se traduz automaticamente em mais uma vida. A
nossa fertilidade é um dom frágil.
Mesmo os esforços por
engravidar que não dão resultados são um modo de contribuir para o Reino. Nada
se desperdiça quando mantemos a esperança em Deus. Não há motivo algum para
cairmos no desânimo, antes pelo contrário. E desse modo contribuímos também
para fortalecer toda a Igreja” (p. 129)
“Negar a si
mesmo, abraçar a cruz e seguir Cristo por amor e com amor não
são nobres ideais, mas parte da vocação diária da vida matrimonial. Todos fomos
chamados à vida da cruz, não apenas as freiras e os padres” (p. 131)
“Quando um casal utiliza
o método do planejamento familiar natural para adiar uma
gravidez, deve ter um motivo importante para fazê-lo. O planejamento familiar
natural não é o que os casais católicos podem fazer para
ser tão egoístas como qualquer outro casal na nossa cultura. O autodomínio, a
comunicação interpessoal e o respeito mútuo necessários para seguir o
planejamento natural não são comportamentos típicos de pessoas egoístas” (p.
143)
“Quando se trata de
abrir-nos à vida, muitas vezes procuramos encontrar uma maneira sutil de dizer
‘não’ ao nosso Pai celestial. Podemos ter razões legítimas e de peso para
recusar o presente de mais um filho naquele momento, mas podemos não tê-las.
Como distinguir um caso do outro?
Em primeiro lugar, devemos
rezar para que Deus nos ilumine, porque ‘se algum de vós necessita de
sabedoria, peça-a a Deus – que dá liberalmente, com simplicidade, e sem
recriminação -, e ser-lhe-á concedida’ (Tg 1,5)
Em segundo lugar devemos
analisar os nossos motivos: raciocinamos com fé ou com medo? Então devemos
pedir: ‘Aumenta-nos a fé’ (Lc 17, 5)
Em terceiro lugar,
precisamos do apoio e da força do corpo de Cristo para cumprirmos a nossa
missão e assim aceitarmos a Vontade de Deus” (p. 156)
“Quando nossos filhos veem
que vivemos abertos à vida, essa verdade entra-lhes pelos olhos. Compreendem
muitos dos sacrifícios que fazemos. Temos a oportunidade de lhes dar lições
práticas sobre o cuidado dos filhos e isso aumento a sua responsabilidade para
com os irmãos pequenos e prepara-os melhor para a paternidade” (p. 160)
“Se somos demasiado jovens
para ter filhos, somos demasiado jovens para casar-nos. Tudo vem no mesmo
pacote. Quando nos entregamos ao outro no matrimônio, prometemos receber os
filhos do Senhor e educa-los na fé.
Se somos demasiado imaturos
para ter filhos, somos demasiado imaturos para casar-nos. A verdade é que nunca
nos sentimos maduros para ter filhos que dependerão de nós para tudo, mas ter
um filho faz amadurecer. Deus concede a sua graça no momento em que se precisa
dela” (p. 162)
“Uma das maiores bênçãos
que a gravidez traz consigo é crescer em sã dependência de
Deus e de interdependência entre marido e mulher. Isso puxa pelo que eles têm
de melhor: a mulher sente-se mais feminina e deixa de ser
autossuficiente e independente, porque as suas necessidades são maiores. Por
sua vez, o homem dá de si o que tem de melhor como administrador, apoio
e animador. Os dois precisam de mais graça de Deus para poderem servir
um ao outro e preparar-se para os filhos que hão de vir, e isso é bom
porque amadurecem cedo e fortalecerem a fé” (p.
168)
“A Igreja Católica apoiou
durante muito tempo essa distribuição de responsabilidades: o marido cuidaria
de ganhar o suficiente para sustentar a família, e a mulher permaneceria em
casa para cuidar dos filhos que o Senhor lhes desse. Hoje, pensa-se que a
mulher deve ter também um trabalho fora do lar, não só por motivos econômicos,
mas para que se realize profissionalmente, já que não é inferior ao homem em
aptidões para exercer um cargo. Está certo, desde que não comprometa o seu
tempo e disposição para cuidar dos filhos como só ela o pode fazer. Aliás, cada
vez se veem mais casos de mulheres que, a certa altura da vida, renunciam a
altos postos empresariais para desempenharem melhor a sua insubstituível missão
de oferecer ao marido e aos filhos um lar acolhedor” (p. 178)
“O nosso caminho de
santidade para necessariamente pela fidelidade às muitas tarefas que a
vida matrimonial exige. Temos de recordar hoje que dispomos de
todo o tempo e dos meios necessários para que façamos o que Deus quer que
façamos hoje.
Se não tirarmos os olhos de Cristo, organizaremos as nossas ocupações de
tal modo que, sem deixar de pôr em primeiríssimo lugar as obrigações com o
nosso cônjuge e com os filhos, encontraremos momentos em que cultivar os nossos
atos de piedade e estar com as nossas amigas para ajuda-las a aproximar-se mais
de Deus. Como afirma São Paulo: ‘Tudo posso naquele que me dá forças’ (Fil 4,
13)” (p. 183)
“Lembro-me de como fiquei
abalada quando o meu primeiro ser querido morreu; tinha morrido uma parte de
mim mesma. O céu passou a ser-me mais querido porque uma parte de mim já estava
ali” (p. 190)
“Os filhos não são um
direito dos pais, mas um presente. Se alguém tem esse direito, é a
criança, que tem o direito de ser concebida no seio do matrimônio e no abraço
marital” (p. 206)
“Recebemos o dom do amor
divino através da pessoa de Jesus. E Jesus chama-nos a receber o presente de
amor através do nosso cônjuge. A nossa comunhão de amor baseia-se em Deus, que
nos amou primeiro. Daí virá a nossa fecundidade” (p. 221)
Por: Carolina Maldaner
Li este livro no começo de 2014, logo depois da minha admissão na Igreja Católica, em dezembro do ano anterior.
ResponderExcluirFoi o livro que fez-me perceber que o celibato não era uma opção pra mim, e a minha obrigação é desenvolver-me profissionalmente e espiritualmente para o casamento, para o leito sem mácula que fala o autor sagrado(Hebreus 13.4).