A Dignidade da Mulher

Graças à Deus, nós vivemos uma febre da "mulher virtuosa" na Igreja. Acredito que isso esta diretamente relacionado com a imagem turva que fazem da mulher e por consequência da imagem de errônea que muitas fazem de si mesmas. Embora tenhamos conseguido muitos "supostos" sucessos, o número de mulheres adoecendo, se sentido infelizes e sem espaço, que se sentem como se estivessem gastando a vida no "nada", aumentou. E por fim, muitas percebem que alguma coisa está errada, algo no vôo rumo a "liberdade" e a "felicidade" não deu certo.

O que aconteceu foi uma perda gradativa, mas não indolor, da dignidade da mulher. No catecismo esta escrito que Deus fez o homem e a mulher iguais em dignidade diante Dele, mas no restante nós somos diferentes e portanto desiguais.

Essa verdade, que é clara, simples e óbvia, foi confundida pelo movimento que chamamos de feminismo. Muitas passaram então a acreditar que eram rejeitadas, que ser diferente do homem é algo ruim e que certo seria sermos iguais. Portanto, no fim, continuamos iguais em dignidade diante de Deus (porque Ele não muda), no entanto, perdemos a dignidade diante dos olhos dos homens e de nós mesmas (muitas perceberam, outras nem tanto).

No Gênesis, Deus encontra Adão e Eva, que haviam comido o fruto proibido, se escondendo Dele (e de si mesmos, porque sabiam ter desobedecido) e lhe faz vestes. As vestes tem diversas funções nessa passagem, mas percebemos que uma delas esta relacionado a dignidade e ao olhar. Após escutarem a serpente, eles mudaram a ordem natural e perfeita das coisas e isso gerou uma alteração na forma como eles viam a si próprios e ao outro. A dignidade diante de Deus, estava intacta mas eles haviam se distanciado do que Deus preparara e portanto haviam se perdido da própria dignidade.

A dignidade é o conhecimento de quem somos, uma pessoa que se esquece de quem é se sente indigno.

Portanto, vivemos hoje as sequelas de um mais um passo da humanidade para longe da dignidade que Deus estipulou para nós.

Mas então como dar um passo e depois vários passos rumo a dignidade?

O conhecimento de quem somos é o mais importante, a identidade pode mudar tudo em nós e ao nosso redor. A convicção de que somos filhas de Deus muda muito nosso interior, mas me refiro a convicção real, certa, sem dúvidas! Aquela certeza que realmente muda a vida. E isso só é possível quando nos aproximamos do Pai e temos um diálogo verdadeiro.

Afinal, com toda sinceridade, você consegue ver Deus como seu Pai?

É bem comum, conseguirmos ver Deus de muitas formas mas não como Pai. Isso é porque a paternidade tem uma vivencia real, temos já uma imagem de pai que nos acompanha, mesmo quem nunca viu o pai possui a imagem de um pai que nunca viu.

Então, qual a imagem que você tem do Pai? Ela esta influenciada pela sua vivência ou falta de convivência com seu pai ou mãe?

Se você pudesse definir a ação do Pai na sua vida, em uma palavra, qual palavra seria?

Essas analises são importantes para conhecer o Pai e se conhecer. Quanto mais perto do Pai estamos mais perto de nós estamos.

Mas o que fazer se descubro que vejo o Pai como julgador, ausente, injusto ou simplesmente não o vejo?

Você fala. Sei que parece estranho, mas não tem outra forma, fale a verdade para Pai.

"Pai eu te acho injusto", "Pai eu não te entendo", "Senhor não te vejo como Pai, nem consigo te chamar de Pai". Faça isso quantas vezes for necessário.

Quanto mais sincera você for melhor! E não tenha medo, afinal Ele sabe o que esta no seu coração e se você tiver coragem de falar com certeza Ele dirá "até que enfim ela resolveu conversar de verdade Comigo sobre isso". O dialogo sempre começa com a verdade e é enfrentando a verdade que caminhamos para a dignidade, elas são irmãs.

Por: Ana Paula Barros