5 pontos sobre o Feminino e o Feminismo
Estamos numa rua que parece não ter saída. Desde a
década de 60, com a revolução sexual, passamos a ter mulheres em luta e homens
em fuga.
O começo
Tudo, na verdade, se iniciou com uma inquietação
justificável. As mulheres da época estavam inquietas, vivendo uma vida que não
parecia que lhes “cabia”, como alguém que veste uma roupa do tamanho errado.
Digo que a inquietação se justificava, pelo fato da mulher receber uma
rotulação de “fragilidade afetada”,um presente da Burguesia que surgiu no fim
da Idade Média, tal rótulo passa longe do que cada mulher sente dentro de si.
Eis aí o motivo da inquietação.
Sobre isso vemos uma citação no Concilio Vaticano
II, em 1965:
" A
hora vem, é chegada a hora em que a vocação da mulher se realiza em plenitude,
a hora em que a mulher adquiri na cidade uma influência, um brilho, um poder
jamais atingidos até agora. Isto é porque, neste momento em que a humanidade
conhece uma mudança tão profunda, as mulheres impregnadas do espirito do evangelho podem ajudar muito a humanidade a não decair".
Movida por um desejo de exercer o poder que lhe é naturalmente dado, andou
em uma direção que a levou a confundir sinceridade com a verdade. E acreditar que não tinha nenhum poder e por isso
precisava ser empoderada.
Nem sempre
ser sincera quer dizer que estamos guiadas para e pela verdade. Isso é uma
realidade para todos, mas na história da mulher isso gerou uma perda de
identidade.
Não que antes fosse um paraíso, mas tínhamos menos
empecilhos do que temos hoje. E aqui, algumas já devem estar sentindo um
inquietação. Pensando “ela é louca”. E
é aqui que falo sobre o primeiro fator que diferencia o feminismo do feminino.
O feminismo é um movimento de caráter social, ou
seja, se veste com a faixa “ fazemos tudo
para você e para o seu bem”. Pela história do movimento podemos notar que
os primeiros passos foi conduzir uma conquista politica (que em si não é ruim,
entenda), depois veio a necessidade - que nasceu da inquietação - de sair do lar
e trabalhar “fora” (que em si também não é ruim). Mas então o que é ruim? O
ruim são os resultados.
Confundir defesa da mulher com luta de gêneros e Expansão sem medidas
O primeiro resultado é algo que temos ainda hoje.
O pensamento que para defender a mulher é preciso se voltar contra os homens e
o inverso também ocorre. No entanto, não podemos nos esquecer que somos todos humanos, devemos proteger uns aos outros, independente de um
movimento. É o minimo para a manutenção da existência de uma espécie. O homem
precisa da mulher e a mulher do homem. Outro ponto que é propagado nessa luta
de gêneros, que é o fato da independência sexual, "posso ser power sem homens a minha volta". A ponto de
renegar qualquer atitude masculina com agressividade acreditando que aquilo a
inferioriza, o que psicologicamente só mostra insegurança e um esquecimento que
para crescer na feminilidade é preciso ver e conviver co o masculino e o
inverso também é verdadeiro.
Esse movimento social iniciou uma saga da “expansão
sem medidas”. Crescer custe o que custar. Não se trata de um movimento que
mostre as atitudes das mulheres rumo a sua felicidade, é um movimento que
parece não ter nenhuma virtude humana. E é por essa razão que os resultados não
são bons. Hoje, é interessante, não temos mulheres felizes, parece que existe um desejo de expansão ainda maior e por
outro lado um desejo de abdicar das múltiplas funções que acumulou. Mulheres
que se sentem divididas em mil partes, cada uma para uma “área” da vida e que
logicamente se sentem incompletas e longe do que sabem ser o importante.
Pesquisas recentes apontam que a maioria das mulheres, se pudesse, escolheria ficar em casa com os filhos, educá-los e
acompanhá-los. Agora eu te pergunto, que libertação feminina é essa que fez das
mulheres escravas de empresas?
Entende porque digo que temos uma dificuldade
grande? Vivemos numa “matrix” que dizem que se tivermos mais direitos, mais
salário, mais, mais, mais...seremos então respeitadas e felizes. Sendo que o
intimo das mulheres querem estar em um lar.
Horror ao doméstico
E aqui entramos no segundo ponto. O “horror ao doméstico”. No século 19
escritoras como Charlotte Gilman, Margaret Fuller e Kate Chopin escreviam sobre
o assunto numa mistura de asco e lamento. Continuando com Henry Ibsen e
Virginia Woolf. “Ficar em casa é errado, o lar é muito pouco.” Eis o lamento, que
parece ecoar em todas nós. Uma marcha para matar o feminino (que já estava
capenga) que estava, segundo eles, soterrando as mulheres em seus lares.
Eis que saímos. Dificilmente uma mãe consegui
ficar em casa cuidando do filho sem receber uma olhar estranho ou uma critica,
mesmo se ainda esta de licença a maternidade. Uma liberdade feminista parcial. O lar não pode e os filhos também não,
coisas domésticas então nem pensar.
Mas o fato é que lar é o reino da mulher, não me
espanta que as pesquisas apontam que queremos voltar para ele. O lar é onde
fica o que é importante, onde acontece o que realmente vale a pena viver, é uma
monotonia que gera vida e que preenche a história das nossas vidas. Entenda que
isso nada tem com trabalho. E aqui entro no terceiro ponto.
Confundir priorizar o lar com não poder trabalhar
Essa é a mentira que se incrustou em todos, até
nos homens. Lar e trabalho não são amigos. Mas se voltarmos na história, nem
sempre existiram empresas e industrias, as pessoas trabalhavam em casa. E o mundo funcionou certinho,
já que estamos aqui, não sei se fazendo um trabalho tão bom em mantê-lo quanto
eles fizeram, mas estamos. Acredito que essa é chave de toda a questão.
Juntamente com as pequisas sobre a preferencia das mulheres em ficar em casa - pela família - temos uma onda inversa
acontecendo. Homens e mulheres estão voltando a trabalhar em casa.
Principalmente as mulheres estão se movendo para conseguir a produtividade
profissional em casa. Parece que mesmo com as diversas tentativas o lar tem
chamado suas senhoras e parece que esta sendo respondido gradativamente. É
possível trabalhar e fazer um lar rentável, já esta acontecendo.
O que me leva ao quarto ponto.
Família
Como disse acredito que o ponto anterior seja a
chave justamente por aproximar os pais dos filhos, mas esse tópico tem muitos
pormenores.
1- O
feminino preserva a família e o feminismo acredita que a família é um
empecilho. Essa ferida é uma chaga profunda, passamos a acreditar que os
filhos são fardos que devem ser adiados até que não se torne um estorvo
carregá-los. Assim temos juntamente com a falta de virtudes o crescimento do
egoísmo.
2- Esse egoísmo somado ao valores em decadência
geram uma relatividade sobre todos os temas, inclusive sobre sexualidade. Assim
passamos a uma crise de gêneros, a
mulher se perdeu, o homem se perdeu, a solução ofertada é que troquem de lugar
literalmente e até cirurgicamente, além de encontrarem a si mesmos e
encontrarem-se entre si.
3- As
famílias não possuem o feminino e masculino verdadeiramente. O fato é que a
melhor forma de acabar com algo é de dentro para fora, assim entrando nas
nossas mentes todos esses fatores resultaram, também, numa “síndrome de ausência” a mulher esta ali, o homem também, as
atitudes e comportamentos masculinos e femininos, não. E as crianças crescem vendo isso...
4- O
feminismo entrou em tudo e tudo coloriu de rosa “em defesa da mulher”. Não podemos deixar de notar que em nome
dessa “defesa”, as instituições, os comportamentos e até os ritos passaram a
ter uma presença do feminino em exagero, afetado. Que por sua vez gera um
masculino diminuto e também afetado.
Percebe? Um ciclo vicioso.
E por fim, o quinto ponto, que pertence ao quarto
mas merece um item especial.
Decadência do masculino
É claro que os homens ou melhor o masculinidade,
não saiu ilesa. Desde a queda do patriarcado familiar ao comportamento afetado,
eles receberam também a ressonância desse enredo. Hoje são orientados a “auxiliar
em casa”, ser capaz de “deixar a mulher pagar a conta”, procurar por uma mulher
sensual. Novamente alguns já devem estar sentindo aquele incomodo, mas devemos
nos atentar ao que isso significa. Significa que o lar não tem uma figura
masculina, um chefe, um norteador ou não terá. Que o fruto do trabalho desse
homem não esta sendo gasto na família, em prol de um relacionamento, algo que
vale a pena ou que ele não acredita que esse comportamento vale a pena. E tudo
isso gera homens que não buscam pelo feminino e a família, mas a saciar seu
egoísmo, assim como o feminismo instiga nas mulheres.
Para finalizar Berdiaeff diz "a importância
crescente da mulher para o tempo que vem chegando, nada tem em comum com o
movimento de emancipação que visa torná-la igual ao homem - este movimento é
anti hierárquico e nivelador - ... Não se trata de emancipar a mulher, no
sentido masculino. O eterno feminino é que será importante".
Por: Ana Paula Barros
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