Modéstia: O Coração antes da Bainha
Para muitas pessoas a palavra
"modéstia" é automaticamente associada com a roupa e com a aparência.
A maioria das meninas acha que se refere à questão de não usar saias curtas ou
blusas decotadas. Mas o nosso pensamento geralmente vai muito mais além. A visão
exterior do nosso corpo se para no na visão exterior do conceito. Ao
negligenciar o coração, não se atravessa a realidade do que é ser
verdadeiramente modesta. Na verdade, essa é a essência da maneira que nos
tornamos mais presos às implicações físicas e se afastamos do verdadeiro
significado da modéstia.
Modéstia não é sinônimo de opressão.
Não é um conceito destinado a manter as
mulheres ocultas ou afastadas sob as dobras de tecido de modo que não podem ser
vistas ou ouvidas. Na verdade, é totalmente o oposto. A modéstia não é apenas
uma questão de bainha, mas uma questão do coração. Não é restritivo, mas é
libertador.
A própria palavra é definida como "a qualidade ou estado de ser
modesto em nossas próprias capacidades." Onde é que nessa
definição menciona o corpo? O ponto é que a aplicação para o corpo é apenas uma
consequência da aplicação para o coração. Em vez de usar a nossa feminilidade
para alcançar algo, devemos reconhecer a realidade de que não é por nossa
própria força, mas pela vontade de Deus, que todas as coisas
acontecem. "Tudo posso naquele
que me fortalece" (Filipenses 4:13). Isso é a verdadeira modéstia.
Antes do pecado original, Adão e Eva foram
capazes de "ver e
conhecer um ao outro... com toda a paz da contemplação interior" (São João Paulo II). Eles não
associam seus corpos com impureza ou com vergonha, porque a sua visão do mundo
e do outro estava em alinhamento com a de Deus. Eles viram o plano de Deus em
seus corpos, e isso é o que eles desejavam. A intenção inicial da modéstia não
era para esconder o corpo, mas para proteger o coração.
Pureza não é puritanismo!
Quando a Capela Sistina foi restaurada há
alguns anos, o Papa João Paulo II instruiu a remoção das tangas de várias das
pinturas que estavam nus de Michelangelo, que haviam sido adicionadas por papas
anteriores para cobrir o que eles pensavam que era "impuro". E São
João Paulo o fez "em nome
da pureza cristã" (Christopher West). Pureza não significa evasão
ou aversão, porque essas duas palavras significam exatamente o oposto: a
necessidade de retirar-se de uma situação implica a presença de algo a ser
evitado - algo impuro. Esforçando-se em prol da pureza desta maneira, de fato,
impedirá o reconhecimento do que é realmente puro.
O caminho que escolhemos para se mostrar
para o mundo é na verdade a expressão da maneira que nós queremos que o nosso
coração seja visto por Deus. A pureza é alcançada somente quando os dois
se alinham. Se desejam ser pura, mas se vestem de uma forma provocativa,
estamos fazendo com que ocorra um desejo para o desserviço. Da mesma forma, não
importa quantas camadas cubram os nossos corpos se o coração é impuro, ele
ainda vai ser visto por Deus. Cobrindo-se a carne não vai impedi-lo de
agir de forma provocativa, se você não contestar a luxúria humana dentro de nós
e tudo o que resultou com Adão e Eva e o pecado original.
Então, ao invés de estarem na vanguarda de
nossa impressão sobre a modéstia, os aspectos físicos deve partir de aspectos
internos. Dessa forma, ganhamos um respeito mais profundo de nós mesmos como
seres humanos, e para os nossos corações como homens e mulheres. E em seguida,
a partir de então sugira o desejo de vestir-se modestamente, ao invés de
simplesmente se render à pressão para fazê-lo. A maneira na qual se veste torna-se
meramente uma expressão natural de seu desejo interior para com a pureza e
humildade.
Modéstia não é sobre culpa e vergonha, mas
sobre a responsabilidade e humildade.
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